segunda-feira, 12 de março de 2007

Quebra mato nos veículos

Hoje reproduzo texto do Estado de Minas... Depois comento!!!!!


Opinião - QUEBRA & MATA
Estado de Minas - MG - 10/03/2007

Seção: Veículos

Dose dupla de covardiaBoris Feldman

O Contran repetiu a dose: assim como lhe faltou coragem e determinação para proibir de vez os execráveis engates, partiu para a mesma solução em relação ao quebra-mato. Aquele famigerado conjunto de canos colocado à frente do pára-choque dianteiro do veículo já foi proibido por estar rigorosamente na contramão da história: nova legislação da Comunidade Européia obriga as montadoras a tornarem os automóveis cada vez menos agressivos aos pedestres, em caso de atropelamento. Seus engenheiros desenvolvem pára-choques cada vez mais macios e absorventes, além de capôs mais inclinados e afastados do motor. Airbags que se inflam defronte aos pára-choques já foram testados na Europa.

Os belos ornamentos sobre o radiador dos automóveis foram abolidos ou devem ser retráteis. E nas simulações de acidentes, além dos danos provocados aos bonecos no interior do carro, já se analisam, comparam e divulgam as conseqüências de um atropelamento. No Brasil, para tornar as picapes, utilitários-esportivos e off-roads (de mentirinha) mais 'bonitinhos', as montadoras e fabricantes de acessórios não pensam duas vezes antes de instalar esses monstrengos. Questionados, sua explicação é das mais singelas: "É exigência do mercado".

Há no Brasil uma completa despreocupação em relação à segurança veicular. Nossos automóveis não são pensados para proteger nem passageiros nem pedestres. E a nossa legislação é rigorosamente falha nesta questão. Ela exige, por exemplo, apoios de cabeça apenas para quatro passageiros, mesmo nos automóveis (a maioria) homologados para cinco pessoas. Sabem por quê? Porque o poderoso lobby das montadoras interferiu na elaboração da lei. Como os carros compactos produzidos aqui são exportados para a Europa e homologados lá para apenas quatro passageiros, então são instalados apenas quatro apoios de cabeça para cumprir o que exige o mercado europeu. E dane-se o pescoço do brasileiro que vai no meio do banco traseiro. No caso de um impacto traseiro, ele corre o risco de ter a coluna cervical quebrada.

Outro exemplo? A mesma legislação que obriga a criança a ser conduzida no banco traseiro permite que ela vá na frente em picapes de cabine simples. Ou seja, só crianças nos automóveis são protegidas no caso de uma batida. O governo não se preocupa com as que vão nas picapes. Por falar em criança e, voltando ao "quebra&mata", o equipamento, que agrava as conseqüências no caso de atropelamento de um adulto, pode ser fatal quando atinge uma criança, pois a barra horizontal de ferro tem sua altura no mesmo nível da cabeça da criança.

Apesar de todos esses argumentos incontestáveis, o Contran decidiu 'regulamentar' o equipamento, em vez de proibi-lo de vez. Vale aqui uma observação: enquanto montadoras, como General Motors, Ford, Mitsubishi e outras continuam aplicando o quebra-mato em seus veículos, duas outras decidiram o contrário. A Fiat foi a primeira que partiu para outras soluções estéticas em sua linha Adventure. E a Volkswagen é a segunda a demonstrar preocupação com a segurança veicular e excluir o quebra&mata de seus próximos esportivos utilitários.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabens pela iniciativa.

Sugestao: Publicar trabalhos focados nos jovens ate 26 anos

Unknown disse...

Blz! Valeu Igrejas!
Sugestão aceita!!!
Abração.

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