Nos últimos dias temos acompanhado uma greve dos caminhoneiros, que fecharam as principais rodovias do país. Uma associação de caminhoneiros é a favor da greve e outra é contra. Só aí já intuímos que há algo estranho no ar...
Mas afinal, o que querem os caminhoneiros? Segundo os jornais, eles estão contrários à entrada em vigor da recente lei do exercício da profissão de motorista (Lei 12.619, de 30 de abril de 2012). Por esta lei o motorista passa a ter regulamentada a obrigatoriedade do descanso de 11 horas entre duas jornadas consecutivas de trabalho; é estabelecido um descanso de 30 minutos a cada 4 horas de direção e uma jornada de trabalho de 8 horas, além do intervalo de 1 hora para almoço, entre outros benefícios.
Estas eram reinvidicações antigas de todas as pessoas que trabalham com segurança nos transportes e nos equipara a países que prezam a vida nas estradas. Além disso, não trazem muita novidade em relação ao que já existe na CLT, mas que não valia para os caminhoneiros, tratados como trabalhadores de terceira classe.
Grande parte dos acidentes com caminhões no Brasil são provocados por excesso de jornada, que causa sono e cansaço. Ou seja, esta lei trará um enorme benefício para o país.
Ocorre que há interesse em manter a situação com está. Interessa a alguns segmentos do setor produtivo pagar pouco para que um caminhoneiro dirija 18 ou 19 horas por dia e faça mais viagens. Mudar o estado atual vai requerer força do Governo e da sociedade e muita fiscalização. Os empresários terão que se adaptar, pagar mais pelos fretes, melhorando o seu planejamento e aumentando a eficiência logística.
Não é possível que os caminhoneiros queiram continuar morrendo nas estradas por excesso de jornada e falta de descanso. Não é possível que eles queiram continuar movidos a 'rebite' para enfrentar as longas jornadas nas estradas.
No fundo será mehor para todos nós. Não podemos deixar os caminhoneiros morrerem em paz, precisamos mudar a situação atual e esta é uma boa oportunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário