segunda-feira, 28 de maio de 2012

Encosto de cabeça e efeito chicote

Hoje o post vai dar dicas sobre uma questão não tão conhecida:o efeito chicote. Trata-se do movimento causado pela hiperextensão e hiperflexão da coluna cervical em um acidente de trânsito, devido à inércia do movimento. Ao contrário do que muita gente pensa, não se precisa estar a velocidades extremas para que se sofra algum problema na cervical. Estudos mostram que a velocidades de 20 km/h já é possível ocorrer o problema, nas velocidades maiores a questão só se agrava.

Uma das maneiras de tentar minimizar o problema é sempre usar o cinto de três pontos, evitando ocupar o assento central do banco traseiro, pois este normalmente possui cinto subabdominal e não possui enconto de cabeça.

É aqui que ficam as dicas, no encosto de cabeça. Poucas pessoas regulam a altura do encosto de cabeça ao entrar num veículo e este equipamento também é um importante item de segurança veicular. Na figura seguinte,  pode-se ver dois posicionamentos errados do encosto de cabeça, o número 2 está com o encosto muito distante e o número 4 está com o encosto muito baixo.



Esta posições deveriam ser corrigidas para as da figura a seguir.


O esquema abaixo resume com devem ser feitas esta regulagens. As distâncias da cabeçaatéo encosto e do topo do encosto até o alto da cabeça devem fica nos limites do trecho amarelo (Aceitável), sendo ideal que fiquem na faixa verde (Boa).



Sabendo disso, espero que se comece a regular o encosto de cabeça ao entrar no veículo, mesmo que seja ao pegar um táxi ou uma carona. Lesões de cervical podem ter sérias consequencias e podem ter seus efeitos minimizados.


Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...



domingo, 20 de maio de 2012

O nocaute de Jon Jones

O lutador Jon Jones, campeão dos meio-pesados do UFC, foi preso por dirigir alcoolizado após colidir com um outro veículo nos EUA.

Ao contrário da nossa legislação, lá o motorista infrator não tem o direito bizarro de "não produzir provas contra si". Nos EUA, para provar o consumo de bebida alcoolica bastam os testes feitos pelo policial e os testemunhos dos mesmos.

O que chama a minha atenção é a força que o hábito de beber e dirigir tem sobre um grande número de pessoas ao redor do mundo. Mesmo quem tem dinheiro para ter um motorista, prefere se arriscar a ser preso a deixar de dirigir após beber.

No caso do lutador de 24 anos, ele nunca foi derrubado no octógono, mas foi derrubado pela bebida... Que pena!!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Thor e sua supervelocidade...

Na última semana saiu o laudo do atropelamento envolvendo o Thor, filho do Eike Batista. Não sou da turma que condena o cara por não concordar com o estilo de vida dele, afinal cada um faz o que quer da vida, respeitando os demais. Falo hoje do fato noticiado do atropelamento de um ciclista pelo Thor, onde o ciclista tinha consumido bebida alcoólica e estava em local inadequado numa via de velocidade máxima de 110 km/h. Ocorre que o laudo da perícia comprovou que o veículo do Thor estava a 135 km/h!!!!

Velocidade é um assunto recorrente neste blog, dado o risco de se trafegar em velocidade incompatível ou excessiva, ainda mais nas vias onde se tem forte probabilidade de interação dos veículos com os pedestres e ciclistas. Uma velocidade de 135 km/h não é adequada para a realidade da imensa maioria das nossas rodovias, incluindo a Washington Luis. E aqui reside o problema do estilo de vida do rapaz... Me parece que ele não conhece limites, incluindo os de velocidade! No trânsito isto é muito perigoso!

O pior é que há vários motoristas com comportamento semelhante e que contribuem para o quadro de insegurança reinante no nosso trânsito.

A solução!? Educação, fiscalização e punição adequada!!!!!

Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Exercício da profissão de motorista: agora é lei!

Foi publicada agora no início de maio, uma lei que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista.

Há muito tempo que há necessidade de regulamentar e esclarecer alguns pontos que não estavam claros na legislação.

Adianto alguns:

- Art. 2o São direitos dos motoristas profissionais:
V - jornada de trabalho e tempo de direção controlados de maneira fidedigna pelo empregador,

- Art. 235-B. São deveres do motorista profissional:
VII - submeter-se a teste e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, com ampla ciência do empregado.

- Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista profissional será a estabelecida na Constituição Federal ou mediante instrumentos de acordos ou convenção coletiva de trabalho.
- § 3o Será assegurado ao motorista profissional intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, além de intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas a cada 24 (vinte e quatro) horas e descanso semanal de 35 (trinta e cinco) horas.

Ainda não consegui analisar com cuidado a íntegra da lei, mas espero que estes itens já tragam melhoria na insegurança do trânsito.

Os motoristas profissionais vinham sendo, há anos, submetidos a condições desumanas de trabalho e estes pontos destacados são fundamentais para um trabalho mais seguro.

Agora, o trabalho está com as empresas e com a fiscalização!

Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A polêmica das bicicletas no Rio.

Um dos assuntos mais falados no Rio nesta semana foi o caso das bicicletas elétricas.

De um lado o Contran alegando que já existe resolução que equipara as bicicletas elétricas aos ciclomotores (e portanto, deveria ser exigido habilitação, capacete etc. para o condutor), de outro o prefeito alegando que as bicicletas elétricas devem ser liberadas para uso irrestrito. Creio que este assunto deve ser encarado com muita cautela e sem paixões.

Como técnico e usuário das ciclofaixas do Aterro, vejo com muita apreensão a difusão da ideia de que bicicletas e bicicletas elétricas (e-bike) são a mesma coisa. Tenho visto alguns destes veículos em velocidades incompatíveis com as faixas compartilhadas com os pedestres.

Penso que haverá um aumento do risco de acidentes com pedestres se estas e-bike se disseminarem, o que já ocorre em outros locais onde seu uso é mais intensivo. Em vários países há preocupação da legislação em deixar bem amarrada a velocidade máxima que as e-bike podem atingir (variando de 25 a 32 km/h em locais como EUA, Austrália e União Europeia). Isso é diretriz para o fabricante, ou seja, as e-bike têm velocidade limitada. Claro que a estas velocidades já é possível machucar seriamente um pedestre, ainda mais se for idoso ou criança.

Também questiono a argumentação ambiental do uso das e-bike, pois ainda que elas sejam melhores que os carros, elas têm baterias que deverão ser descartadas algum dia. Neste ponto perdem para as bicicletas!

Outro ponto que as bicicletas são superiores é na questão da saúde, pois a atividade física feita na bicicleta tradicional é maior que na e-bike.

Penso que se deveria gastar este tempo com campanhas para incentivar o uso da bicicleta tradicional, o uso do capacete nos deslocamentos com bicicleta e para melhorar as condições das ciclovias e ciclofaixas da cidade, em vez de ficar numa guerra política (e marqueteira) sobre e-bike.

Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Atravesse no verde?

Estive em Sampa há duas semanas e tirei a foto a seguir em uma travessia de pedestres.
Este é um caso clássico de sentido dúbio nas nossas sinalizações. A mensagem diz para só atravessar no verde, mas o fundo da imagem é vermelho!!!! Considerando que temos analfabetos no sistema de trânsito, crianças e pessoas com diferentes capacidades cognitivas, teríamos que ter uma maior preocupação com a forma como as informações são passadas para os usuários. Esta imagem deveria ter o fundo verde para evitar dúvidas!!!! É importante ressaltar que está sendo feita uma grande campanha sobre travessia correta de pedestres e redução de atropelamentos em travessias, mas isto é tema para outro post...

Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Risco no Transporte de crianças

Este ano ainda não consegui engrenar nas publicações do blog... Não sei o motivo! Por isso nada como uma notícia chocante para inspirar o debate. Li hoje no G1 uma ocorrência em Goiás, onde um pai de 19 anos levava o filho e um sobrinho no porta-malas do carro.
A cena choca e impressiona, pois é difícil pensar que em 2012 ainda existam pessoas que fazem este tipo de coisa! Além das transgressões de praxe às leis do trânsito (não levar as crianças em cadeirinhas, estarem sem cinto etc.) este motorista ainda está colocando as crianças no local onde há deformação do veículo em caso de acidente, ou seja, se houver uma colisão traseira as crianças serão esmagadas! Isto remete à uma percepção de riscos muito falha, pois o motorista coloca o próprio filho em risco! Que valores estaré este motorista passando para as crianças?

Vilmar Miranda
Sou doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos estudo os problemas da segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

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