terça-feira, 9 de dezembro de 2014

5 dicas para fugir das multas mais caras

Mês passado a lei 12.971 alterou os arts. 173, 174, 175, 191, 202, 203, 292, 302, 303, 306 e 308 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), fazendo algumas multas aumentarem 10 vezes. Estes artigos se referem a disputar corrida em via pública, realizar manobras arriscadas ou bruscas, ultrapassagem perigosa (pelo acostamento ou na contramão)... Ou seja, situações que expõem os outros usuários a um maior risco de acidentes!

Você já deve ter passado pela situação de ser espremido por um louco ultrapassando em fila dupla ou ficado irritado com pessoas trafegando no acostamento, quando todos estão parados no congestionamento! Estas atitudes exasperam os demais motoristas e contribuem para um trânsito mais inseguro.

Como evitar estas multas?

1. cumprindo a legislação de trânsito

2. sendo paciente

3. sendo gentil

4. dirigindo com segurança

5. sendo cidadão, sem pensar em ser esperto

Aumentar o valor das multas não resolve o problema da insegurança de trânsito no longo prazo, mas permite uma redução imediata dos acidentes. O correto é aumentar a fiscalização, criando um ambiente em que transgredir não valha a pena e o melhor seja cumprir a legislação. Aí sim poderemos mudar a cultura vigente no nosso trânsito!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Você busca o seu filho no colégio? Leia este artigo.

Ontem voltei andando do trabalho para casa, como faço às vezes. Além de fazer atividade física, isto me permite ter uma visão diferente do usual, pois há uma maior interação com a cidade e passo por algumas ruas pelas quais eu não passaria normalmente.

Chegando à Praia de Botafogo, vi um pequeno tumulto no trânsito causado por carros estacionados com o alerta ligado... Era a saída dos alunos no Colégio Ph! Nos carros estavam os vários responsáveis indo pegar suas crianças no colégio e que se mantinham parados irregularmente! Este fenômeno não ocorre só neste colégio, lógico! Vários da região geram o mesmo problema!

A questão que me veio à cabeça foi sobre qual o exemplo que é dado para um filho quando este tipo de infração é cometida? Como se espera que ele se comporte no futuro? Há estacionamentos pagos na região e que deveriam ser usados para uma breve parada e se estaria ensinando para a criança a forma correta de agir em sociedade ...

Esta semana li uma frase do antropólogo Roberto DaMatta sobre irregularidades no trânsito (avanços de sinal) e ele dizia que: "O que acontece na maioria dos casos é que temos uma alergia à igualdade." É isso! Em determinados momentos achamos que umas leis não servem para nós e ficamos no "O quê que tem?", "É rapidinho!" ou "Todo mundo faz!".

Infelizmente, não refletimos que este comportamento é extremamente nocivo para as relações sociais e um péssimo exemplo para as gerações futuras, o que ajuda a perpetuar o mau comportamento! E se o Estado resolver fiscalizar e multar esta má prática será atacado de todos os lados!

Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cuidado: motos!

Esta semana duas notícias me chamaram a atenção: a primeira tratava do aumento dos acidentes com motos no Brasil e a segunda era a confirmação da morte do jóquei Dalto duarte, em um acidente de moto.

A origem é a mesma: a falta de cultura de segurança no trânsito, aliada à enorme expansão da frota de motos. Nos últmos 15 anos a frota de motos cresceu mais de 600%, enquanto a frota de veículos subiu 175%. Isto contribuiu para que, em 2013, 76% das solicitações do DPVAT por invalidez tenham sido de usuários de moto.

O uso de motos é um assunto recorrente neste blog e em conversas e estudos sobre segurança de trânsito.

Não se trata de culpar as motos ou os motociclistas, mas de tratar do risco que as motos representam para o condutor e o carona pela menor proteção de elas oferecem em relação a outros veículos. Mesmo com equipamentos de segurança ela é mais perigosa! E se pensarmos que, pela falta de fiscalização e de educação, grande parte dos motociclistas circula sem os equipamentos adequados, tem-se o cenário atual.

Além disso, a infraestrutura viária e os demais motoristas contribuem para piorar o problema. É comum observarmos motoristas disputando espaço com as motos de forma agressiva, quando pelo Código de Trânsito Brasileiro os veículos maiores devem proteger os menores. Também faltam vias com largura suficiente para permitir o deslocamento seguro das motos.

Apesar de a moto trazer um ganho de mobilidade para as pessoas que a utilizam e que trafegam nas nossas cidades a cada dia mais congestionadas, deve-se ponderar bastante o risco antes de se optar por comprar uma moto. Se esta for a decisão tomada, deve-se investir em equipamentos de proteção adequados para aumentar a segurança, além de obedecer os limites de velocidade estabelecidos.

Não deixe a sua vida nas mãos da sorte e não pense que os acidentes só acontecem com os outros.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Desrespeito com o pedestre... Até quando?

Não é questão de opinião ou de preferência! Está no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que "os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres" (art. 29).

O que vemos na prática é um festival de desrespeito aos direitos dos pedestres!

Numa mesma semana tivemos matérias na televisão sobre motos passando sobre passarelas e sobre estacionamentos irregulares nas calçadas.

Um dos 'motoqueiros' chegou a dizer que o retorno era longe e que era mais fácil usar a passarela. Em alguns locais estão ocorrendo reações de moradores, que instalam obstáculos para as motos... E aí ocorre outro problema, estes bloqueios também impedem a passagem de cadeirantes!

Já os estacionamentos nas calçadas espelham uma forma de pensar da poppulação que, na falta de vagas, deveria deixa o carro em casa, mas que prefere transgredir a lei e piorar a qualidade de vida de todos. Afinal, o motorista médio acha que tem o 'direito' de fazer o que quiser com o seu carro.

Dois exemplos lamentáveis de descaso e falta de educação da população e de ineficiência da fiscalização!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Não durma no ponto... E muito menos no volante!

Fui obrigado a dar um tempo nos posts sobre segurança de pedestres, pois esta notícia é chocante: motorista dorme ao volante de madrugada!!! Aconteceu em Porto Alegre e a pessoa foi acordada pela equipe de reportagem da rede de televisão e ainda confessou que tinha bebido.

Esta matéria chama a atenção por dois fatores de risco: cansaço e ingestão de bebida alcoolica. Isolados, cada um destes dois fatores já são problemáticos para a tarefa de dirigir, combinados são quase uma tragédia!

Ressalvadas as diferenças individuais, o sono pode ser causado por— noites mal dormidas, excesso de trabalho, doenças ou ingestão de bebidas alcoolicas, entre outras coisas. A ingestão de bebidas alcoolicas, além de causar a redução da percepção da velocidade, dos reflexos, da visão periférica, também leva à redução da atenção e aumenta a negligência com os riscos. Associado à direção noturna (madrugada) isto aumenta ainda mais a chance de adormecer ao volante. Foi exatamente o caso do motorista da reportagem!

A dica para evitar este problema é não dirigir cansado, depois de longos períodos dormindo mal ou com trabalho pesado, e nem dirigir depois de beber, pois você poderá dormir ao volante. Felizmente, no caso do motorista que inspirou este post, ele conseguiu chegar em casa sem sofrer ou causar um acidente. Mas não esqueça que sempre devemos ajudar a sorte, em vez de deixar a prevenção ao acaso.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Por que os pedestres atravessam fora da faixa?

Esta semana o Bom Dia Rio fez uma excelente matéria sobre os pedestres atravessando a rua fora da faixa, próximo à Central do Brasil, local de grande movimento de pedestres no Centro do Rio de Janeiro.

Nesta região, recentemente, foram instalados gradis para impedir que os pedestres atravessassem fora da faixa, mas estas grades já foram danificadas, permitindo que se continue transgredindo a lei.

Curiosamente, vários entrevistados na reportagem alegaram pressa para atravessar fora da faixa, mas a grande maioria atravessava sem correr, derrubando o seu principal argumento. Na verdade, a pressa serve como desculpa para várias das nossas transgressões de trânsito.

Infelizmente, as travessias (ou sinais) não respeitam uma lógica básica na sua implantação: elas deveriam ser instaladas na linha de desejo da maioria dos pedestres. Tem que se ficar no local, observar os fluxos de pedestres e fazer a travessia onde a maioria atravessa. A seguir, se deveria fazer uma campanha de esclarecimento sobre a faixa, a importância do gradil para proteção das pessoas e, finalmente, se fiscalizar o cumprimento das travessias. Durante um bom tempo esta fiscalização deveria ser educativa.

Particularmente, não vejo com bons olhos partir para multar os pedestres! Se pensarmos no nível de instrução da nossa população, veremos que grande parte não percebe os riscos de atravessar fora dos locais corretos e se deixa levar por um comportamento desordeiro. Um trabalho de educação traria bons frutos. Diferentemente do motorista, o pedestre não recebe instrução sobre as leis de trânsito e sobre como se comportar a pé nas ruas. Não há carteira de habilitação para pedestres.

Paralelamente, também se deveria fazer um estudo das condições do local, redimensionando tempos de sinal para permitir uma travessia segura do fluxo de pedestres. O que, geralmente, não ocorre. Tradicionalmente, os ciclos semafóricos são dimensionados para privilegiar a fluidez do tráfego de veículos, impondo atrasos incômodos para os pedestres. Facilitar o uso da passagem subterrênea do metrô também seria uma boa ideia para a região da Central.

Educar e fiscalizar dá trabalho, mas traz muitos benefícios no longo prazo. E poderíamos aproveitar o fato de termos as Olimpíadas em 2016 e melhorar o comportamento dos nossos pedestres.

Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Você sabe orientar as suas crianças pedestres?

Hoje o assunto é rápido, mas muito importante: segurança das crianças no trânsito, quando elas estão a pé.

Dentro da Década de Ações para a Segurança de Trânsito - 2011/ 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS)relança uma cartilha (em inglês e francês) alertando para os riscos para os pequenos pedestres.

Este post inicia uma série de lembretes e alertas visando à segurança de pedestres, tema da Semana Nacional de Trânsito 2014: Cidade para as pessoas: Proteção e Prioridade ao Pedestre. A Semana ocorre anualmente, de 18 a 25 de setembro, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

E você, como orienta o seu filho para se comportar no ambiente de tráfego? Pensa que eles sempre irão andar de carro? E quando caminharem nas calçadas e nas ruas, eles saberão com agir?

Voltaremos ao assunto em outros posts.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Siga as dicas para não se distrair no trânsito

Um terço dos acidentes de trânsito ocorrem devido a distrações no trânsito. No entanto, a maioria dos motoristas não dá a devida atenção a este problema.

Recente estudo realizado e publicado pela empresa de seguros Allianz, listou as 10 maiores fontes de distração ao dirigir.



Pode-se ver claramente na figura que o uso do celular é uma das grandes fontes de distração e de risco de acidentes. 43% dos motoristas que se envolveram em acidentes têm o hábito frequente de fazer ligações ao dirigir. Já 26% dos que não tiveram acidentes no período considerado, afirmaram nunca fazer isso.

O aparelho de GPS também é uma das fontes importantes de distração e que contribui para a ocorrência de acidentes. 75% dos motoristas que se envolveram em acidentes têm o hábito frequente de inserir dados no GPS enquanto dirigem. Já 50% dos que não tiveram acidentes no período considerado, nunca fazem isso.

Conversas animadas com passageiros também podem fazer o risco de se envolver em acidentes crescer 15%.

O que causa espanto é que 34% dos motoristas entrevistados não viam estas distrações como atitudes de risco para a segurança de trânsito, demonstrando uma percepção inadequada do risco de se envolverem em acidentes.

Se você não quer se arriscar com distrações ao dirigir, siga as dicas abaixo:

1. não use celulares enquanto dirige;

2. mantenha sempre suas duas mãos no volante;

3. mantenha sua mente atenta e focada na tarefa de dirigir;

4. evite dirigir em situações de estresse ou pressa.

5. insira a rota no GPS antes de iniciar a viagem

Além disso, muitas atividades que, por hábito, se faz depois que o carro está em movimento, poderiam ser feitas antes, tais como: regular retrovisores, assentos e temperatura do ar condicionado, afivelar o cinto de segurança ou colocar a música preferida para tocar.

Com estes cuidados, pode ter certeza que você estará reduzindo o seu risco de se envolver em um acidente no trânsito.

Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O tigre, o táxi e o uso do cinto de segurança pelas crianças

Todos ficamos chocados com o caso do tigre que feriu gravemente um menino, após o pai deixá-lo passar da proteção que afasta os visitantes e invadir uma área proibida no zoológico. Além disso, o garoto ficou brincando na grade do felino até acontecer o trágico episódio. Tudo isso sob o olhar complacente do pai, que não exerceu sua autoridade e nem zelou pela segurança do filho.

Muito se falou sobre questões de educação dos filhos nos dias de hoje, crise de autoridade e problemas de obediência às leis e às normas em geral e de segurança, em particular.

Esta semana ocorreu outro episódio triste: um garoto de 3 anos, que estava num táxi com a avó, a mãe e outro irmão, caiu do veículo após abrir a porta e foi atropelado por um ônibus. Infelizmente, o menino morreu!

Novamente me veio ao pensamento as mesmas questões do caso do tigre! Havia 3 adultos no táxi, o motorista, a mãe e a avó e nenhum deles zelou para que a criança usasse o cinto de segurança? O motorista não travou a porta traseira, mesmo transportando uma criança? Por que desobedecemos o uso do cinto no banco traseiro e, principalmente, nos táxis?

Só para lembrar das obrigações previstas no Código de Trânsito Brasileiro: os artigos 167 e 168 tratam, respectivamente, das obrigações do condutor de usar e fazer usar o cinto de segurança e da necessidade de observar as normas de segurança no transporte de crianças. É importante que todo motorista saiba que ele é responsável pelas pessoas que estão no seu veículo e deve zelar pela segurança dos passageiros. Se alguém não quiser seguir as normas, não o leve no carro!

A mãe e a avó, infelizmente, agiram como o pai do caso do tigre. Não zelaram pela segurança da criança, ao não obrigá-la a usar o cinto de segurança e não 'ficarem de olho' nas suas atitudes. Como se sabe, não se pode ser negligente ao passear com crianças. Um pequeno descuido pode ter sérias consequencias.

Uma dica importante ao andar de táxi: devemos obrigar os táxis a deixarem o cinto de segurança disponível no banco traseiro. Se o taxista se recusar a retirar o cinto que está, normalmente, embaixo do banco, pegue outro táxi.

O uso do cinto é obrigatório em todos os assentos (e em todos os deslocamentos de carro, inclusive os pequenos deslocamentos) e usá-lo é a maneira mais fácil e barata de minimizar as consequências dos acidentes.

E não esqueça: quando transportar crianças use (e obrigue o motorista a usar) os mecanismos de travamento das portas e vidros. Estes itens de segurança foram incorporados aos veículos para nossa tranquilidade e devemos usá-lo, em conjunto com o cinto de segurança e as cadeirinhas.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A dura vida dos pedestres no Centro do Rio de Janeiro

Hoje saí para almoçar e resolvi registrar as agruras pelas quais os pedestres passam no Centro do Rio de Janeiro, área nobre da cidade!!!

Há vários problemas nas calçadas, que vão da falta de planejamento e fiscalização, passando pelo dimensionamento do mobiliário urbano. Estas situações acabam desestimulando as pessoas a andarem a pé e tornam ruim a experiência das que se aventuram a andar...

Em plena faixa de pedestres da Rio Branco com Almirante Barroso há uma jardineira, onde outrora existiu uma árvore, que causa risco para os pedestres que atravessam no local. Tropeços são comuns no local.



Outra situação comum é a profusão de camelôs, que tomam as calçadas dos pedestres, tirando o espaço para se deslocar. Em locais com pontos de ônibus é ainda pior...



Uma questão que precisa ser repensada é a dimensão das bancas de jornais na cidade. Adoro bancas de jornais, mas não dá para conviver com estes monstros que roubam um espaço precioso das calçadas. Mesmo onde as calçadas são largas, elas são inconvenientes.



Para fechar este passeio, uma calçada de aproximadamente 50cm. Isto mesmo, 50 centímetros, em um local de grande movimentação de pessoas (Almirante Barroso com México)! Faltou planejamento!



Esta situação é lamentável, mas pode mudar com as reclamações de todos nós.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Oportunidade perdida na Avenida Rio Branco

Matéria de hoje n'O Globo, fala dos 5 meses de mudanças na Avenida Rio Branco em virtude das obras que estão modificando a cidade para receber os Jogos Olímpicos de 2016. Infelizmente, a reportagem relata o caos vivido no dia a dia da avenida, com camelôs e trangressões de pedestres, motociclistas e motoristas...

Quando começaram as modificações eu pensei que poderia ser uma grande chance de mudança cultural na cidade, também com vista aos Jogos Olímpicos. O esquema de 2 faixas de tráfego (mão dupla) poderia levar a um melhor ordenamento de pedestres e a um maior respeito dos motoristas aos cruzamentos. Ledo engano!

5 meses após, convivemos com a mesma baderna de sempre! Camelôs tomam as calçadas, vendendo tudo que se pode imaginar e tornando o deslocamento a pé um horror. Motoristas de ônibus continuam fechando os cruzamentos, em parte pela quase inexistência de treinamento em suas empresas, em parte por problemas de falta de sincronia dos semáforos e em parte pela ineficiência dos agentes de trânsito que quase nada fazem ou veem.

Os pedestres se aventuram no meio das duas faixas de tráfego, se arriscando para 'ganhar' míseros segundos no estresse do Centro do Rio. A observação deste constume, nos rende uma boa reflexão sobre nossas ansiedades e neuroses. Não somos mais capazes de esperar alguns minutos por um sinal fechado!? A utilização da faixa de pedestres também não é uma prioridade para a maioria.

Infelizmente, a Prefeitura não se preparou para induzir uma mudança de comportamento na população e estamos perdendo mais uma ótima oportunidade de ordenar o Centro do Rio. Será que quando as obras estiverem prontas, nos comportaremos de outra forma? Acho difícil. Curiosamente, não há registro de acidentes graves. O que não deixa de ser um motivo para comemorar.

Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

6 coisas que você deveria saber sobre o uso do celular no trânsito.

Cada vez mais o uso do celular se impõe como um dos grandes riscos atuais para a segurança de trânsito no mundo. Apesar disso, ainda vemos várias pessoas, inclusive do nosso círculo de amizade, insistindo em usar o celular enquanto dirige.

Isto é extremamente perigoso, pelos motivos que vamos ver a seguir:

1. Não é uma questão de habilidade na direção; é o seu cérebro - o problema do celular na direção não tem relação com a forma como se dirige ou com a sua habilidade. É um problema de limitação da capacidade do cérebro de executar duas tarefas complexas ao mesmo tempo. Ao usarmos o celular há uma queda de 37% na atividade do lobo parietal (área crítica para a percepção espacial e navegação) e também há uma redução na atividade do lobo occipital (processamento de informações visuais), funções extremamente importantes para o desempenho da tarefa de dirigir. Por isso também se deve evitar o uso de dispositivos viva-voz ou bluetooth;

2. É muito mais perigoso que conversar com o passageiro - ao conversar com o passageiro, todos estão inseridos no mesmo ambiente. Logo, em caso de situações de risco no trânsito, o passageiro reduz a conversação ou mesmo se cala. O que não ocorre quando estamos falando ao celular;

3. Você reduz a sua velocidade e tem dificuldade de se manter na faixa de tráfego - passe a reparar quando o motorista à sua frente reduz subitamente a velocidade ou fica com o carro 'dançando' na via. Quase com certeza ele está falando ao celular. O pior é que isto ocorre em qualquer tipo de via, inclusive nas de trânsito rápido;

4. No Brasil falar ao celular enquanto dirige é proibido - além dos motivos técnicos, há a questão legal. No Brasil, falar ao celular enquanto se dirige é proibido e seu uso pode gerar multas;

5. Se falar é ruim, digitar é muito pior - apesar dos conhecidos riscos de falar ao celular na direção, o avanço da tecnologia e o surgimento dos smartphones gerou um risco ainda maior, teclar enquanto se dirige (texting, em inglês). Nesta situação se é obrigado a desviar o olhar da via, maximizando o risco. O uso de conversas instantâneas ou postagens em redes sociais já gerou vários acidentes que foram amplamente noticiados;

6. Também é ruim para o pedestre - do mesmo modo que atrapalha os motoristas, usar o celular para postar mensagens também atrabalha o pedestre. Estudo recente da Universidade de Ohio mostrou que entre 2007 e 2010, quase triplicou o número de pedestres feridos por estarem utilizando celular. Este ano, no Rio, um jovem morreu atropelado jogando game no celular!

Caso curioso e que ilustra bem o risco do uso do celular ocorreu em 2011 nos Emirados Árabes. Uma queda na rede BlackBerry durante 3 dias gerou uma redução de 40% nos acidentes de trânsito em Abu Dhabi e 20% em Dubai, pois os motoristas não puderam acessar os serviços de mensagens de texto.

Assim, a dica é fazer suas ligações antes de sair com o carro e colocar o seu telefone na sua bolsa e sua bolsa no porta-malas, para não se sentir tentado a usar o celular. A tecnologia é ótima, mas deve ser utilizada como aliada e não gerar um risco adicional.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Recall: assunto sério para você!

Se você tem carros Agile ou Montana da Chevrolet no Brasil (GM nos EUA) é bom ficar atento. A montadora americana está fazendo um grande recall de modelos ano 2014 e 2015 destes dois veículos.

Segundo o site da montadora houve uma "possível montagem de um componente incorreto no airbag frontal do lado do motorista, o que compromete a vazão do gás para o interior da bolsa, além de causar o confinamento indevido do gás no interior do gerador de gás do airbag".

O mesmo site esclarece que os riscos seriam a "não deflagração do airbag em eventual colisão, podendo causar lesões graves em especial na cabeça e na parte superior do corpo do motorista. Além disso, pode ocorrer o rompimento súbito do gerador de gás do airbag, o qual pode expelir fragmentos para o interior do veículo, podendo causar lesões graves ao motorista e aos demais ocupantes". E ainda pode o dispositivo não funcionar corretamente na ocorrência de um acidente.

Preocupante saber que a mesma GM está enfrentando processos nos Estados Unidos e fazendo um imenso recall em veículos fabricados naquele país por defeito na ignição. Lá, alguns acidentes geraram mortes e indenizações.

Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Morte de noiva indo para a despedida de solteira - Distração mata!

No início da última semana li uma matéria sobre a morte de uma noiva logo após fazer um selfie. Ela estava com as amigas, indo para a sua despedida de solteira e não estava dirigindo.

Ao refletir sobre este acidente, pode-se notar um claro efeito da distração provocada pela euforia que havia no veículo. A amiga que dirigia o carro, provavelmente, se distraiu e tentou uma ultrapassagem arriscada, colidindo de frente com outro carro e batendo no lado da carona.

Nos Estados Unidos as distrações causaram mais de 3 mil mortes e mais de 300 mil feridos em acidentes de trânsito em 2011. Jovens foram 11% dos envolvidos em acidentes fatais onde houve distração do motorista.

Usar celular; comer e beber enquanto dirige; ler mapas; consultar GPS; conversar com passageiros, entre outras situações, são casos que geram distrações e podem causar acidentes. Cada uma destas situações tem um grau diferente de distração e de risco de acidente, mas todos são perigosas.

Devemos nos conscientizar que, apesar da aparente simplicidade, a tarefa de dirigir requer atenção e devemos estar todo o tempo em alerta para não nos envolvermos em acidentes. Quando formos passageiros, devemos cuidar para que o motorista não se distraia, mantendo todos em segurança.


Vilmar Miranda
Doutor em Engenharia de Transportes, professor e há mais de 15 anos trabalhando para uma melhor segurança de trânsito no Brasil. Leia Mais sobre o autor...

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