ESta foi a frase com que o motorista alccolizado de uma carreta tento se defender após causar um acidente que vitimou 3 pessoas de outro carro na BR-242.
A tal latinha equivalia a 0,60mg de substância alcóolica por litro de ar expirado, segundo dados da PRF. O limite atual da legislação é de 0,29 mg. Ou seja, a 'latinha' equivalia ao dobro do tolerado.
Mais uma mostra da falha na percepção de riscos dos motoristas infratores. Cada vez mais eu reforço a convicção de que é necessário criar uma estrutura de fiscalização amostral que iniba os infratores de trafegarem. Concomitantemente, deve-se privilegiar a formação de crianças e jovens para que se conscientizem da necessidade de cumprir as leis 9inclisive as de trânsito).
Só assim constuiremos um país melhor!
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Perceba o risco e proteja as crianças nos veículos
Conversava ontem com uma colega de trabalho sobre as questões de cultura de segurança e como cada um dá valor a estas questões e percebe o risco dos acidentes de trânsito.
Ela comentava do esforço feito em casa para que o marido coloque o filho do casal na cadeirinha com o cinto afivelado e eu falava do caso dos meus amigos pegos na blitz da lei seca. Um traço comum era a minimização do risco. O marido dela acha que como a creche é pertinho, nada irá acontecer. Meus amigos acham que sempre dirigiram depois de beber e não vai ser agora que haverá problemas.
Hoje vejo uma matéria sobre pais levando crianças sem capacete em motos no Paraná. O argumento: 'Eu vou devagarzinho'.
Incrível a raiz comum das três situações, a minimização do risco de acidentes!!! Hoje esta é uma situação que me intriga, como melhorar a percepção de riscos das pessoas, ou melhor, como fazer as pessoas enxergarem o risco real de um acidente? Como fazer para aprimorar este entendimento?
Infelizmente, são mais perguntas que respostas, mas vamos continuar tentando. Este blog é uam destas iniciativas.
Ela comentava do esforço feito em casa para que o marido coloque o filho do casal na cadeirinha com o cinto afivelado e eu falava do caso dos meus amigos pegos na blitz da lei seca. Um traço comum era a minimização do risco. O marido dela acha que como a creche é pertinho, nada irá acontecer. Meus amigos acham que sempre dirigiram depois de beber e não vai ser agora que haverá problemas.
Hoje vejo uma matéria sobre pais levando crianças sem capacete em motos no Paraná. O argumento: 'Eu vou devagarzinho'.
Incrível a raiz comum das três situações, a minimização do risco de acidentes!!! Hoje esta é uma situação que me intriga, como melhorar a percepção de riscos das pessoas, ou melhor, como fazer as pessoas enxergarem o risco real de um acidente? Como fazer para aprimorar este entendimento?
Infelizmente, são mais perguntas que respostas, mas vamos continuar tentando. Este blog é uam destas iniciativas.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Imprudência não é causa básica de acidentes
Acabo de ler uma matéria no G1 noticiando uma pesquisa que concluiu que a imprudência dos motoristas é a principal causa dos acidentes nas estradas.
Ainda não li a pesquisa, mas baseando-me apenas na notícia, arrisco-me a fazer alguns comentários. A imprudência pode ser classificada como causa imediata de um acidente, mas não é a sua causa básica.
Explicando melhor, a causa imediata é aquilo que gerou imediatamente o acidente; já a causa básica é a razão da ocorrência do acidente sobre a qual devem ser feitas recomendações para impedir a ocorrência de acidentes semelhantes. Simplificando ainda mais, se fizermos recomendações sobre as causas imediatas, os acidentes continuarão a ocorrer, mas se as fizermos sobre a causa básica, poderemos bloquear a ocorrência de outros acidentes similares ou de mesma natureza.
Ora, o ser humano sempre tenderá a ter ou terá comportamento imprudente: excessos de velocidades, ultrapassagens arriscadas etc. O que se pode fazer é fazer são vias mais largas e com canteiros dividindo as faixas de sentidos contrários; instalar mais defensas para impedir os veículos descontrolados de saírem da pista; fiscalizar melhor para coibir excessos, entre outras ações ambientais.
A própria matéria aponta o caminho da solução, ao afirmar "que, entre 2005 e 2009, o número total de acidentes com feridos diminuiu 10,4% nas rodovias privadas. Porém, nas rodovias públicas, esse índice subiu 12,08% no mesmo período".
Ou seja, onde houve investimento em melhorias os acidentes caíram, onde nada foi feito, os acidentes subiram! E são os mesmos motoristas imprudentes que trafegam nos dois tipos de rodovia.
Ainda não li a pesquisa, mas baseando-me apenas na notícia, arrisco-me a fazer alguns comentários. A imprudência pode ser classificada como causa imediata de um acidente, mas não é a sua causa básica.
Explicando melhor, a causa imediata é aquilo que gerou imediatamente o acidente; já a causa básica é a razão da ocorrência do acidente sobre a qual devem ser feitas recomendações para impedir a ocorrência de acidentes semelhantes. Simplificando ainda mais, se fizermos recomendações sobre as causas imediatas, os acidentes continuarão a ocorrer, mas se as fizermos sobre a causa básica, poderemos bloquear a ocorrência de outros acidentes similares ou de mesma natureza.
Ora, o ser humano sempre tenderá a ter ou terá comportamento imprudente: excessos de velocidades, ultrapassagens arriscadas etc. O que se pode fazer é fazer são vias mais largas e com canteiros dividindo as faixas de sentidos contrários; instalar mais defensas para impedir os veículos descontrolados de saírem da pista; fiscalizar melhor para coibir excessos, entre outras ações ambientais.
A própria matéria aponta o caminho da solução, ao afirmar "que, entre 2005 e 2009, o número total de acidentes com feridos diminuiu 10,4% nas rodovias privadas. Porém, nas rodovias públicas, esse índice subiu 12,08% no mesmo período".
Ou seja, onde houve investimento em melhorias os acidentes caíram, onde nada foi feito, os acidentes subiram! E são os mesmos motoristas imprudentes que trafegam nos dois tipos de rodovia.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Não perca a sua carteira na blitz da Lei Seca
Ontem fui a um churrasco na casa de amigos de longa data e soube que 2 destes amigos perderam a carteira em blitzes da Lei Seca. Eles se recusaram a soprar o bafômetro, pois haviam consumido bebida alcoolica e não queriam se arriscar a ser presos.
Passadas as brincadeiras de praxe, pois eu trabalho com segurança de transportes e sempre tento catequizar meus amigos para que não dirijam depois de beber, fiquei com esta questão na cabeça... Como é difícil fazer as pessoas mudarem seus hábitos e comportamentos!!!!
Estou falando de um grupo de pessoas inteligentes, bem formadas nas melhores Universidades do país em cursos de alto nível, com bons empregos, mas que continuam insistindo em descumprir a lei e dirigir sob o efeito de bebida alcoolica. Isto em uma cidade como o Rio, em especial a Zona Sul, que tem uma quantidade enorme de táxis à disposição!
Tem os que usam twitter para driblar as blitz, quando na verdade estão driblando a si mesmos, pois estão cometendo a mesma infração, mas apenas se livrando da multa! É o mesmo que roubar e ninguém ver e assim não ser preso!
O que mais me preocupa é que todos são pais de família e o exemplo que fica para os filhos é muito mais forte que as palavras que serão ditas quando estes filhos estiverem maiores e dirigirem. Ao falar para um filho não dirigir depois de beber, se estará diante de uma contradição, pois este filho terá sempre visto o pai dirigir depois de beber!
Vamos nos esforçar para dar bons exemplos e mudar os maus comportamentos, só assim estaremos contribuindo para que o nosso país melhore. Sei que não é fácil, mas vale o esforço! Garanto que quando viajam para o exterior estas pessoas não descumprem as leis. Lá a 'coisa pega'!!!!
Encerro com a grande dica para preservar a sua carteira: Nunca dirija depois de beber!!!!!!
Passadas as brincadeiras de praxe, pois eu trabalho com segurança de transportes e sempre tento catequizar meus amigos para que não dirijam depois de beber, fiquei com esta questão na cabeça... Como é difícil fazer as pessoas mudarem seus hábitos e comportamentos!!!!
Estou falando de um grupo de pessoas inteligentes, bem formadas nas melhores Universidades do país em cursos de alto nível, com bons empregos, mas que continuam insistindo em descumprir a lei e dirigir sob o efeito de bebida alcoolica. Isto em uma cidade como o Rio, em especial a Zona Sul, que tem uma quantidade enorme de táxis à disposição!
Tem os que usam twitter para driblar as blitz, quando na verdade estão driblando a si mesmos, pois estão cometendo a mesma infração, mas apenas se livrando da multa! É o mesmo que roubar e ninguém ver e assim não ser preso!
O que mais me preocupa é que todos são pais de família e o exemplo que fica para os filhos é muito mais forte que as palavras que serão ditas quando estes filhos estiverem maiores e dirigirem. Ao falar para um filho não dirigir depois de beber, se estará diante de uma contradição, pois este filho terá sempre visto o pai dirigir depois de beber!
Vamos nos esforçar para dar bons exemplos e mudar os maus comportamentos, só assim estaremos contribuindo para que o nosso país melhore. Sei que não é fácil, mas vale o esforço! Garanto que quando viajam para o exterior estas pessoas não descumprem as leis. Lá a 'coisa pega'!!!!
Encerro com a grande dica para preservar a sua carteira: Nunca dirija depois de beber!!!!!!
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domingo, 20 de novembro de 2011
Não use o celular ao dirigir! Entenda o motivo!!!
Sempre que eu falo, nas minhas aulas, palestras ou mesmo em conversas particulares, que não se deve usar o celular enquanto se dirige, a reação das pessoas é tentar justificar o uso. A principal alegação é que, se o celular distrai, outras coisas também nos distraem e tinham que ser proibidas, tais como usar o rádio do carro, falar com outros passageiros etc.
Sempre concordo que estas também são causas de distração e há vários estudos comprovando isto. Algumas destas distrações já foram, são e,infelizmente, serão causas de acidentes ou situações de risco.
Só que o que ocorre com o celular é um pouco diferente! A principal diferença tem relação com a limitação do nosso cérebro de executar duas tarefas complexas simultaneamente. Experimente ver uma reportagem na TV e falar ao telefone... Se o programa da TV estiver bom, você não presta atenção no telefone e o contrário também é verdade.
Esta semana li um artigo (Drews et al., 2004) que analisava o uso do celular e a conversa com outro passageiro usando sumulador. O resultado mostrou que ao falar ao celular o motorista comete 4 vezes mais erros que ao conversar com o passageiro. Isto se deve, entre outros fatores, ao fato de que o passageiro está imerso no mesmo ambiente do motorista, alertando-o dos riscos do tráfego, o que não ocorre com o interlocutor ao telefone.
Algo pior acontece quando se uso o celular para enviar e receber mensagens (torpedos). Aí o impacto é ainda maior, mas isto é assunto para outro post.
Se quiser ler o artigo: Drew, F.A; Pasupathi, M. and Strayer, D.L.; Passenger an Cell-Phone Conversations in Simulated Driving. In Proceedings of the Human Factors and Ergonomics Society 48th Annual Meeting, 2004.
Sempre concordo que estas também são causas de distração e há vários estudos comprovando isto. Algumas destas distrações já foram, são e,infelizmente, serão causas de acidentes ou situações de risco.
Só que o que ocorre com o celular é um pouco diferente! A principal diferença tem relação com a limitação do nosso cérebro de executar duas tarefas complexas simultaneamente. Experimente ver uma reportagem na TV e falar ao telefone... Se o programa da TV estiver bom, você não presta atenção no telefone e o contrário também é verdade.
Esta semana li um artigo (Drews et al., 2004) que analisava o uso do celular e a conversa com outro passageiro usando sumulador. O resultado mostrou que ao falar ao celular o motorista comete 4 vezes mais erros que ao conversar com o passageiro. Isto se deve, entre outros fatores, ao fato de que o passageiro está imerso no mesmo ambiente do motorista, alertando-o dos riscos do tráfego, o que não ocorre com o interlocutor ao telefone.
Algo pior acontece quando se uso o celular para enviar e receber mensagens (torpedos). Aí o impacto é ainda maior, mas isto é assunto para outro post.
Se quiser ler o artigo: Drew, F.A; Pasupathi, M. and Strayer, D.L.; Passenger an Cell-Phone Conversations in Simulated Driving. In Proceedings of the Human Factors and Ergonomics Society 48th Annual Meeting, 2004.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Uniformização e redução da velocidade: uma necessidade premente
Li ontem sobre a continuação de um trabalho da CET-SP que está uniformizando e reduzindo as velocidades de diversas ruas da cidade paulista.
Este é um trabalho extremamente necessário para a segurança e a circulação viária. Se for bem definida a hierarquia das vias, ou seja, se tivermos as vias com as mesmas características com velocidades estabelecidas, fica muito mais fácil para todos os usuários saberem como se comportar em cada local.
Se olharmos o trabalho da CET-SP (ver quadro resumo no G1), veremos que é isto que está sendo feito. As vias tiveram suas velocidades máximas reduzidas (as de 80 foram para 70; as de 70 foram para 60; as de 60 para 50 e as de 50 para 40). Num primeiro momento pode parecer que com isto se levará mais tempo para chegar aos locais, mas isto não é verdade!
Com a racionalização do uso, o trânsito irá fluir melhor e, com o aumento da segurança, também se perderá menos tempo com acidentes. Para fazer cumprir as velocidades máximas, tem-se que fazer o que este blog adora: fiscalizar e multar!!!
Tomara que esta prática chegue de vez aqui no Rio. Aqui já está sendo feito algo semelhante, mas este trabalho tem que ser intensificado.
Este é um trabalho extremamente necessário para a segurança e a circulação viária. Se for bem definida a hierarquia das vias, ou seja, se tivermos as vias com as mesmas características com velocidades estabelecidas, fica muito mais fácil para todos os usuários saberem como se comportar em cada local.
Se olharmos o trabalho da CET-SP (ver quadro resumo no G1), veremos que é isto que está sendo feito. As vias tiveram suas velocidades máximas reduzidas (as de 80 foram para 70; as de 70 foram para 60; as de 60 para 50 e as de 50 para 40). Num primeiro momento pode parecer que com isto se levará mais tempo para chegar aos locais, mas isto não é verdade!
Com a racionalização do uso, o trânsito irá fluir melhor e, com o aumento da segurança, também se perderá menos tempo com acidentes. Para fazer cumprir as velocidades máximas, tem-se que fazer o que este blog adora: fiscalizar e multar!!!
Tomara que esta prática chegue de vez aqui no Rio. Aqui já está sendo feito algo semelhante, mas este trabalho tem que ser intensificado.
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terça-feira, 8 de novembro de 2011
Chacina sobre duas rodas
O município de São Paulo está desistindo da implantação das motofaixas, faixas exclusivas para motociclistas. O motivo: os acidentes com motos aumentaram após a instalação de 2 das 8 faixas prometidas.
Segundo os dados,em 2010 houve uma elevação de 11,7% no número de mortos em acidentes com motos, número incompatível com a proporção de motos no sistema viário.
Enquanto as motos representam 12% da frota de veículos, os motociclistas são 35% dos mortos em São Paulo todos os anos.
Deve-se educar e fiscalizar estes mmotociclistas, mas deve-se, principalmente, agir nas empresas que contratam estes motociclistas e que os expõem a situações de risco exagerado.
Segundo os dados,em 2010 houve uma elevação de 11,7% no número de mortos em acidentes com motos, número incompatível com a proporção de motos no sistema viário.
Enquanto as motos representam 12% da frota de veículos, os motociclistas são 35% dos mortos em São Paulo todos os anos.
Deve-se educar e fiscalizar estes mmotociclistas, mas deve-se, principalmente, agir nas empresas que contratam estes motociclistas e que os expõem a situações de risco exagerado.
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