quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jornada de trabalho, sono e cansaço

Ontem fui ao aeroporto do Galeão e, para isso, peguei um táxi por volta das 18h20min no Centro do Rio. Como o trânsito não estava tão enrolado fui conversando com o motorista. Para minha surpresa ele, além de bom de papo, era ex-motorista de várias grandes empresas de ônibus de turismo do Rio. Nem preciso dizer o quão agradável e interessante foi a conversa.

Uma das queixas mais contundentes dele foi sobre excesso de jornada de trabalho e pouco tempo para descansar. Pela minha área de atuação, tenho conhecimento das péssimas condições a que estes profissionais são submetidos, mas ouvir de uma pessoa que está próxima a você torna o depoimento ainda mais contundente!

Viagens Rio-Belo Horizonte eram realizadas num sistema de quase bate e volta, com pouquíssimo tempo de descanso. Fretamento de ônibus para excursões em que o motorista, além de dirigir no trajeto, tem que ficar à disposição durante 5 dias, dormindo muito menos de 8 horas por noite.

Descanso de 11h entre duas jornadas consecutivas como preconiza a CLT? Nem pensar!!!

Fica muito fácil entendermos o grande número de mortes nas estradas, das batidas de ônibus de excursão nos feriados prolongados e motoristas irritados.

Esta é a dura realidade do transporte no nosso país. Bastaria ampliar a fiscalização sobre as empresas, com análise dos discos do tacógrafo, das planilhas das empresas e das folhas de pagamento verificando as horas-extras. Dá trabalho? Claro, mas isto iria se revertir em um trânsito mais seguro para todos.

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